sábado, 11 de junho de 2011

Um futuro com bebês customizados?

Estudo genético pré-implantacional (PGD)


Já é possível selecionar embriões para evitar doenças cromossômicas e genéticas. A técnica usada é o PGD (Diagnóstico Genético Pré-Implantacional), responsável por analisar cromossomos e gene do embrião – uma biópsia embrionária. O Centro de Reprodução Humana de Rio Preto utiliza a técnica e garante: ela é importantíssima.

Para a realização do PGD, é necessário que ocorra o processo de fertilização ‘in vitro’. Formado o embrião, retira-se uma ou duas células dos embriões a serem analisados no estágio de quatro a oito células. Importante ressaltar que a retirada desta célula não compromete a saúde do embrião, que permanece no laboratório de fertilização ‘in vitro’ esperando o resultado, que é divulgado entre 36 a 48 horas.




Esta célula é encaminhada para um laboratório de análises genética, onde serão disponibilizadas duas técnicas: FISH ou PCR. A realização da técnica depende da doença a ser identificada. No caso de anomalias cromossômicas ou doenças ligadas ao sexo, será usado o FISH. No caso de desordens genéticas, será usado o PCR. Exemplo de doença cromossômica: Síndrome de Down. De anomalia genética: fibrose cística, entre outras.

Desta maneira doenças hereditárias, desde que identificadas previamente na família, podem ser evitadas através destas técnicas. Trata-se de um avanço científico importantíssimo para a tranqüilidade de famílias, pois evita doenças incompatíveis com a vida.

O avanço da ciência, porém, também tem seu lado negativo. Em matéria publicada em fevereiro de 2009, na revista Galileu, fala-se que, em breve, os pais também poderão decidir a cor dos olhos, dos cabelos e até alguns talentos do bebê. Estamos caminhando para um futuro de bebês customizados?

A bióloga Ligia Fernanda Previato Araújo, embriologista do CRH de Rio Preto, ressalta a importância da técnica, mas sem perder a ética. “Sou a favor do PGD para evitar doenças genéticas e sofrimentos de famílias, mas não por motivos fúteis, como escolha de sexo por vaidade ou a busca do bebê idealizado”, afirma Lígia, ressaltando a importância dos limites.

“Casais com histórico de doenças causadas por desordem genética e mulheres com idade acima de 38 anos podem se beneficiar desta técnica, evitando que seus bebês sejam portadores de anomalias”, garante a embriologista, lembrando que não existe na ciência 100% de precisão.

No CRH de Rio Preto a realização do PGD já faz parte da rotina de serviços, mas sempre que há indicação. “O PGD só vem a acrescentar para o nascimento de crianças saudáveis”, afirma Ligia.

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