segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sistema de Miras óticas!


Nos últimos anos tem sido comum para o observador notar a proliferação de miras óticas acopladas a fuzis, carabinas e metralhadoras de tropas ocidentais, em serviço principalmente no Oriente Médio. Essas miras representam um avanço tecnológico em relação as antigas e conhecidas “iron sights” ou “miras de ferro” servindo vários propósitos táticos e fazendo do seu operador uma força multiplicadora.
O objetivo desse artigo será familiarizar os leitores com os vários tipos dessas miras, seu emprego e uma infomação tecnica básica, aprofundar-se demais no tema fugiria do espaco e intenção do ForTe.

Em combates aproximados (CQB/CQC), geralmente ocorrendo até 50m, os engajamentos por natureza ocorrem muito rapidamente, sendo fundamental ao “operador” qualquer fração de segundo que ele possa ganhar antes de seu oponente. Por essa razão, em missões ou TO em que CQB seja antecipado, é comum o uso de miras do estilo “C-More”.
Miras como as da fabricante C-More são geralmente utilizadas com os dois olhos abertos, facilitando um engajamento mais rápido do alvo e mantendo uma visão periférica completa, sem dar ao usuário a famosa “visão de tunel” que outras miras tubulares tem tendência. São também, em geral, mais baratas e mais frágeis, visto que deixam exposto o vidro em que a retícula está presente, porém têm como desvantagem o fato de não possuírem magnificação e suas retículas ficam muito grandes em comparacão com alvos a maior distancia.


A mesma retícula é medida em MOA (minutes of angle), o que quer dizer que a retícula a 100 jardas (91m) possui uma circunferência de 1 polegada (2,54cm); os tamanhos variam em sua maioria entre 4 até 12 MOA, possibilitando um engajamento rápido, sem ao mesmo tempo cobrir por completo a maioria dos alvos.
Outro fabricante que tem tido sucesso é a EOTech, com suas miras holográficas, sendo conhecidas como uma espécie de HUD (Head Up Display) para armas portáteis. Seu produto ao invés de utilizar apenas um ponto vermelho (red dot), emprega um círculo maior de 65 MOA, um ponto de 1 MOA dentro do círculo, sendo tocados por uma pequena cruz.
A vantagem é que a retícula proporciona um engajamento mais preciso do que o C-More, com um ponto menor a maiores distâncias, sendo que o círculo maior “atrai” os olhos, mais uma vez facilitando o engajamento rápido em CQB. A EOTech também recomenda o uso com dois olhos abertos e o vidro em que a retícula está projetada é encapsulado de melhor forma do que nos C-More, podendo receber maior “abuso” do usuário.


Os EOTech também não possuem magnificação, são compatíveis com óculos de visão noturna (NVG) e podem ser usados em missões ou TO, no qual o usuário procura a melhor combinação possível de engajamento a curta e média distância. São também muito utilizados em metralhadoras leves, como a M249/SAW, sendo que o círculo maior em CQB praticamente garante o acerto de uma rajada no adversário, passando de 65 MOA a 32.5 MOA a 50m de distância e assim por diante.



A empresa Aimpoint é conhecida como a mãe das miras de ponto vermelho (Red Dot) e tem estado na liderança de tais miras por 30 anos. Seu modelo Comp M2 é o padrão do US Army e US Air Force, também são compatíveis com óculos de visão noturna (NVG), entretanto, por ser tubular, tem maior tendência a causar “visão de túnel”, sendo esse modelo mais difícil do que os outros dois citados acima para utilizar com dois olhos abertos. É também um pouco mais lento no engajamento de alvos. Não possuem magnificação, mas podem receber grande abuso por parte do usuário, seu ponto é geralmente do tamanho da ordem de 4 MOA, o que o faz impreciso a longas distâncias. Unidades que tem o luxo de escolher o que usam, têm preferido os EOTech ao invés da Aimpoint nos últimos anos, para combates curtos e medianos.
Por último e talvez o melhor e mais sofisticado deles seria os ACOG (Advanced Combat Optical Gunsight), da empresa Trijicon.  O ACOG não necessita de baterias, possuindo uma faixa de tritium que absorve luz durante o dia para que ilumine a retícula à noite, sem que o usuário tenha que se preocupar com baterias e a falta delas em combate. É o padrão do US Special Operations Command e do US Marine Corps, tendo sido utilizado pelo autor deste artigo.  O “conceito de mira Bindon” (BAC) também possibilita uso com os dois olhos abertos (apesar de ser necessário maior tempo de treino para que o cérebro se acostume com isso), mesmo possuindo magnificação entre 4X a 6X e sendo uma mira tubular.


A retícula possui um “bullet drop compensator” que facilita engajamentos a média e longas distâncias, sendo que há casos em que alvos foram engajados e derrubados a 800m devido à magnificação e o “BDC” em fuzis M-16A4, ultrapassando o alcance efetivo máximo oficial da arma. O sistema é considerado tão revolucionário que praticamente eliminou a necessidade de um “atirador designado” (Designated Marksman) por Grupo de Combate. Um atirador com um ACOG cumpre muitas das funções antes delegadas ao DM e se cada Grupo de Combate possuir 10 deles pode-se ver como o sistema é uma força multiplicadora.


Os ACOGs são muito mais caros do que os outros citados acima e geralmente usados para médias e longas distâncias,  mas podem ter pequenas miras para curta distância acopladas, devido à sua magnificação e fácil acesso, já que estão na arma do usuário e não em algum bolso ou mochila. Muitas vezes são utilizados como binóculos, também facilitam muito a identificação de alvos e já salvaram muitas vidas inocentes em que o infante pode reconhecer a diferenca de um civil e uma ameaça a maiores distancias do que no passado.
Como todo sistema, todos tem suas vantagens e desvantagens e a adoção de cada deve levar em conta a missão entre outros fatores. Essa miras estão aqui para ficar e dão uma grande vantagem ao seu usuário, mas elas em si nao fazem o “operador” letal pois ele sempre tera que ter os meios (municao) para treinar e se familiarizar com tal sistema.  fonte: forças terrestres.

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